Frase

"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos... o que tiver mais coração, eu sigo." (CFA)







quarta-feira, 15 de abril de 2009

Rodízio de Gente

As vezes me vejo em conflito com este mundo, em total desacordo com certos modos de funcionamento, desafinada com a forma que hoje têm os relacionamentos. Não é difícil perceber que somos vítimas da efemeridade de sentimentos, da quase ausente intensidade com que são vividos. Me sinto num verdadeiro rodízio de gente, ou seja, tal como em um rodízio de pizzas, onde pareço ser apenas mais uma fatia entre tantas outras, e não a pizza inteira. Essa metáfora, para mim, exemplifica o que vivemos hoje em dia. Talvez, nós, mulheres, tenhamos colaborado pra que a coisa ficasse deste jeito, quando confundimos a nossa conquista da liberdade com libertinagem. E o erro provável dos homens está no momento em que não sabem distinguir o tipo de mulher que lidam, generalizando-as. Afinal, ainda que tudo pareça estar perdido, restam as exceções de toda regra. Penso que o mais triste de tudo, é ver estas “exceções”, agindo, muitas vezes, contra o que são e sentem, para fazerem parte do “jogo”. Sim, porque parece que se não seguirem às regras, ficarão de fora. Se bem que, se pensar por outro lado, talvez seja até melhor ficar fora deste jogo frio e calculista e pagar o preço de seguir pelo caminho mais duro e longo, porém, o correto.

Desta lógica onde “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo”, eu prefiro ficar de fora. Não consigo tratar as pessoas como descartáveis, sobretudo porque não as enxergo assim. Que graça tem a doce ilusão de tudo ter ao mesmo tempo e, num momento, se deparar com a dura realidade que nada se tem? A vida é curta demais pra ficarmos nos iludindo. Não é tão bom quando voltamos de uma viagem de avião, aterrisamos e dizemos: “Novamente, em terra firme”? Mas muitas pessoas preferem viver eternamente voando, sem um porto-seguro pra voltar quando o coração aperta. Pode ser que a solução para este problema, seja realizarmos, diariamente, um ato de introspecção, para tentarmos recuperar aquilo que foi perdido. Olhar para nós mesmos e reconhecermos nosso valor. Encontrar o que há de mais precioso na gente e ter a consciência de que isto o que for encontrado, não é para qualquer um! Podemos não saber exatamente o que queremos, duvidar do que não queremos, mas uma coisa é certa: meremos o MELHOR, sempre!

Monalise Monteiro (com algumas contribuições de Marcos Lima).

3 comentários:

  1. Infelizmente, tudo acaba em pizza.

    Não era de se espantar que nós, seres humanos, acabássemos assim.

    Qual parte nos cabe ?

    A recheada ?
    A borda seca e queimada ?
    A rejeitada ?

    De qualquer forma somos consumidos numa velocidade espantosa com uma digestão lenta e dolorida.

    Só engula o que for BOM.

    Vomite o que lhe fizer MAL.

    Parabéns pelo blog, querida

    besitos

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  2. Parabéns.. muito bem escrito.
    Parabéns, tb, pela coragem de assumir essa sua valorização.
    Te amo...

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  3. Andei pensando sobre isso, esses dias.. Monalise, concordo plenamente com suas palavras. Às vezes essas situações nos levam a pensar se errados somos nós, as exceções, ou a maioria.
    Mas diante desse dilema eu fico com a opinião de que tudo que é raro tem mais valor, e não devemos nunca anular o que somos de verdade, na nossa essência. Beijos!

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