Frase

"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos... o que tiver mais coração, eu sigo." (CFA)







domingo, 25 de julho de 2010

Diz nos meus olhos verdades ruins.


Achei a música da minha vida!!!!! Eu já a conhecia. Me encantava com uma frase ou outra, mas nunca havia prestado atenção na letra integral. Ela descreve exatamente como me sinto, quando um relacionamento - ou até mesmo um possível início dele - não vai adiante.

Diz Nos Meus Olhos
(Zélia Duncan)

Pensei
Que haveria um pouco mais
De amor para mim
Guardei
Cada luar
Cada verso encoberto
Nas notas da canção

Pra que
Se um vazio me esperava
E eu não percebi
Devolve meus dias
Minha alegria
Diz nos meus olhos
Verdades ruins
(Esse é o refrão)
(2x)

Que não foi bom rimar
Cada carinho que eu fiz
Que a minha voz cantada
Nem soa tão bem
Que os nossos sonhos
Foram pesadelos
Enfim,
Mas pelo menos
Fala pra mim

Esse silêncio
É que me atordoa
Se foi tudo à toa
Volta e me deixa
Me recolho,volto ao meu mundo
O que é só meu
Tem que voltar pra mim

Me lembro quando
Você passou
Era um dia tão claro de sol
Pensei:"Meu Deus,
É um sonho!"
Meu coração feito louco
Batuque

Por isso agora
Não me machuque
Vou te guardar como
Triste lembrança
Ninguém jamais vai me
Enganar outra vez
Eu prometo à vocês

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Velhice Precoce


Acabei de entrar numa comunidade do orkut e resolvi escrever sobre isso: “Velhice Precoce”. Como me enquadro nisso, gente! Cada vez mais chego à conclusão de que tenho a alma velha. Por todos os motivos. Dia desses, me toquei de que sempre quando fico na dúvida se saio ou não saio para uma “night”, eu opto por não sair. Se rolou a dúvida, eu resolvo ficando em casa. Nada melhor do que a minha cama. E por falar em sair, não curto esse estilo comum das nights de hoje em dia. Raves, música eletrônica. Eita, ferro! O Hip-Hop é exceção. Gosto mesmo é de ir pra Maracangalha. Carioca da Gema. Democráticos. Sambas de Santa Teresa (ih, mas eu não posso nem entrar nesse mérito senão vou me alongar falando da minha paixão pelo samba de raiz.) Eu digito no “Youtube” grandes nomes da Música Popular Brasileira (Tom Jobim, Chico, Elis, Cartola) e fico ouvindo e assistindo os vídeos com um prazer imenso e uma nostalgia do que não vivi!!!!! Posso eu sentir saudades da época dos festivais? De cantores como Wilson Simonal e Clara Nunes? Tenho uma imensa saudade do que não vivi... (ou vivi, né? Posso ter estado em um desses festivais, em outra vida..)
NÃO SUPORTO lugares lotados. Me sobe uma irritação pela veia que me tira todo o tesão da coisa. É calor, gente esbarrando em você o tempo todo.. fora que a produção feita em casa vai por água a baixo. Só consigo pensar que estaria sendo bem melhor se eu estivesse em casa vendo um filminho. Ai, ai...
Dores na coluna. Preguiça. Dores de cabeça. Vontade de urinar, frequentemente. Na boa, eu sou ou não sou uma velhinha?
Tenho conclusões em mente que parece que já vivi anos e anos e já passei por tudo, pra pensar assim. Reflito, constantemente, sobre a vida. Tenho uma nostalgia absurda da minha infância e, quando falo sobre ela, parece que já se passaram décadas e estou anos-luz à frente. Faço tudo pensando que só tenho o HOJE e que o amanhã posso não ter mais. Já saquei, aos meus 22 anos, que a melhor fase da vida é a infância, que nada dura pra sempre, que casamento eterno e feliz é piada nos dias de hoje....
Se eu pudesse escolher, não teria crescido. Ficaria uma eterna criança. Tudo a ver, né? Dizem que velho volta a ser criança. E volta mesmo: usa fraldas; se estiver demente desaprende um monte de coisa; fica carente de atenção e cuidados; fica sem dente e careca; os velhinhos passam a ter o mesmo reflexo nas mãos que os bebês têm -reflexo de preensão palmar; alguns, impossibilitados de andar e deitados numa cama, voltam até para a posição fetal... incrível!
Essa vida é mesmo curiosa.
Na verdade, é tudo um ciclo.
Por isso eu creio em Reencarnação….....

domingo, 11 de julho de 2010

Guarde-me em seu colar.


"Ela põe os brincos na cômoda para não me machucar, assim como aparo a barba para não esfolar seu rosto.

Estamos desarmados.

Já sabemos o que vai acontecer, não sabemos como, nunca sabemos como. Ela pode estar mais pura ou mais sarcástica. Pode raspar os dentes antes de beijar ou me contornar com a língua e deixar que meu gemido indique o lugar de sua boca. Posso receber sua precipitação ou sua paz.

Quando transo com minha mulher, temo perder a memória. É para esquecer datas, lugares, nomes. Somos desmemoriados pelo excesso de desejo.

A memória é covarde, não entra em algumas cidades, a imaginação segue sozinha, como sempre.

O que mais me excita é que ela não tira o colar. Nua, branca, sinuosa, resiste com o colar. Já largou a calcinha e o sutiã, e não o colar. Ela é impetuosa, pisa em suas roupas quando vem em minha direção, mas não se afasta do colar. Não se esconde nas cobertas, pede que eu a olhe, que eu a admire, que eu tenha consciência com quem estou lidando. Não há timidez mais, não há timidez na fome. Ela me encara com suas contas no pescoço. Já nos conhecemos demais e isso aumenta o mistério. A intimidade é perigosa porque é capaz de ferir para aumentar a fragilidade. A surpresa somente existe na intimidade. Intimidade é a confiança dentro do medo.

Ela não sobe e desce. Subir e descer não requer arrebatamento - é angústia dos apaixonados. O que ela faz é diferente: ela anda pelos lados. Ela ladeia em mim. Monta em círculos. Como se a cama não tivesse fim ou borda. Como se minha nudez fosse a sua e ela se devolvesse.

Não aumenta os movimentos, desobedece ao vento, diminui, desacelera. Brinca em se despedir. Como se alguém fosse entrar naquele momento pela porta. Como se ouvisse um barulho estranho e parasse. E não chega ninguém, e rebola, os lençóis perto são sua saia, ela me desafia a ver o que está vendo - nos assistimos por um tempo para criar saudade antes da lembrança.

O colar balança, seus seios seguram minhas mãos. Não é aturdida de pressa, não pretende se livrar do meu cheiro, ele me agride com as palavras e me acalma com seu movimento. São duas mulheres conversando com o meu corpo, brigando pelo meu corpo, indecisas, a que liberta pela fala e a que me prende pelas pernas. Eu não entendo para onde vou, e me seguro na confusão.

Não pergunto quando vai gozar. Ela morderá o colar. Morderá com força. Nada mais deslumbrante do que uma mulher mordendo o colar para não gritar. Um dia ainda verei as pedras partindo de seus olhos.

Seu colar é minha coleira."

Autor: Fabrício Carpinejar - Escritor, jornalista e professor universitário, autor de dezesseis livros, pai de dois filhos, um ouvinte declarado da chuva, um leitor apaixonado do sol. Quando conseguir se definir, deixará de ser poeta.
Esteve no Jô Soares, dia 10/07/2010.

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Então tá, né? Tô boba.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uns dias chove, noutros dias bate sol...


Pois é. Copa de 2010, já era. O sonho do Hexa foi adiado pra daqui há 4 anos. Mas vamos lá. Brasileiro que é brasileiro, não desiste nunca.

E é assim que funciona no jogo: alguém tem que perder. Difícil é aceitar que foi o NOSSO time que perdeu. Incrível como nós, apesar de sabermos desta possibilidade, não acreditamos nela até que realmente aconteça. Aonde eu assisti o jogo hoje, já estávamos combinando aonde veríamos o próximo. Altos planos, feitos antes mesmo da possível vitória. Nosso Inconsciente não sabe aceitar perdas até que elas ocorram. As vezes, nem depois. Demora pra "cair a ficha".

Sobre a seleção, acredito que o que mais atrapalhou foi mesmo o descontrole emocional do segundo tempo, que resultou em erros decisivos. Felipe Melo contribuiu - e muito! - para a derrota do Brasil. No entanto, um erro (neste caso, dois, né? rs) dentro de uma equipe abalada emocionalmente e sem estrutura para recuperar o placar, vira um DESASTRE. Por sua vez, acho que faltou uma certa sensibilidade no Dunga para sacar isto e agir em prol da equipe. Com o psicológico abalado, a probabilidade de erros é maior.. e quando ocorre, acabamos por crucificar o jogador que teve seu momento infeliz. Não quero, com isso, isentá-lo de seu erro. Desejo, apenas, atentar para a posição confortável em que nós, torcedores, nos encontramos: de apontar o dedo, julgar, julgar e julgar. Nisto, os craques somos nós. rs E eu me implico nisto! Claro que xingo, reclamo, reivindico: antes, durante e depois do jogo. Só reconheço que não vale a pena valorizar tudo isto mais do que isto merece. O Brasil perdeu. Triste? Sim. Mas alguém tem que perder. Se não conseguiu hoje, amanhã conseguirá. Não dá pra ganhar todas as vezes.

E, apesar de tudo: viva a seleção brasileira! Na vitória ou na derrota, eu mantenho meu "grito de guerra" e continuo vestindo a camisa com o maior orgulho de ser brasileira.

Deixo aqui, toda a minha admiração pelo Julio César. Pra mim, o melhor goleiro de todos os tempos. Fez o que pôde e o que não pôde, junto à equipe. E ainda teve a dignidade de falar com a imprensa, em nome dos companheiros, logo após o jogo. Aquela lágrima caindo.... foi de apertar o coração!!!! Mas é isso aí, mostrou que é guerreiro. Falou bonito, fez bonito, é bonito... ops! hahaha Enfim... aí já são outros quinhentos!

"Tente e não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez."

2014 é nosso! :)